Esse livro narra a história da autora, mulher transgênero, que decidiu transicionar aos 50 anos de idade após um infarto que a fez perceber que não era viável continuar vivendo como vinha até aquele ponto. Ser você mesma é algo que pode ser reprimido e recalcado, mas nunca riscado da sua lista de desejos absolutamente fundamentais. O destino de cada pessoa é ser e se expressar no mundo tal como ela é. Leia mais...

Uma das melhores leituras do ano até agora, mas difícil de resenhar. É um romance de formação que narra o amadurecimento do menino Emil Sinclair. É a trajetória de um garoto tentando tornar-se si mesmo. Isso exige o rompimento com o passado e com o “ninho” e a conciliação do “mundo luminoso” com o “mundo sombrio” (essa dualidade permeia toda a obra). Hoje sei muito bem que nada na vida repugna tanto ao homem do que seguir pelo caminho que o conduz a si mesmo! Leia mais...

Esse livro é uma utopia de 1915 que descreve uma sociedade formada unicamente por mulheres. A história é narrada por um sociólogo, que junto de outros 2 companheiros, fazem uma expedição até esse país. O narrador seria o personagem com a visão mais “neutra” e “científica” dos 3. Um outro é um sulista estadunidense que idealiza as mulheres como criaturas perfeitas e o terceiro é um tradicional “machão”. A autora questiona papéis de gênero por meio do choque cultural que esses 3 personagens têm com as nativas. Leia mais...

Essa ficção científica narra a missão de um humano, Genly Ai, no planeta Gethen (também chamado de Inverno). O objetivo da missão é persuadir os líderes das nações do planeta a unirem Gethen a uma espécie de comunidade universal, algo como uma “ONU planetária”, que objetiva intercâmbio cultural e científico. A cultura getheniana é ricamente descrita e difere da nossa num aspecto muito fundamental: a diferença entre os gêneros. Os gethenianos não assumem permanentemente papéis masculinos ou femininos. Leia mais...

O livro contesta o mito da fome-genocídio de 1932-1933, que teria sido perpetrado pela URSS contra a Ucrânia. Essa é das principais armas do arsenal de propaganda anticomunista e antissoviética. As referências são abundantes: 27 páginas são necessárias só para listar a bibliografia e as notas. Quem quiser se aprofundar no assunto, está muito bem servido. Li já esperando relatos de manipulação histórica para demonizar a URSS, mas mesmo assim fui surpreendido com a escala da campanha de desinformação levada a cabo por imprensa, acadêmicos, igrejas, fascistas e burgueses. Leia mais...

Esse livro traz os textos de stand-up do Seinfeld desde o início de sua carreira na década de 70. Precisava de um livro leve e que me distraísse dado o momento em que iniciei a leitura. Será que isso presta? cumpriu esse papel. Alguns textos me pareceram geniais, fruto de uma observação muito astuta da realidade. Outros, achei bem clichês. Natural em uma carreira tão longa. No geral, é uma leitura divertida. Leia mais...

A história angustiante de um coronel que lutou numa revolução e fica no aguardo de uma carta sobre a pensão a que tem direito por ser veterano. Enquanto espera muitos anos pela carta que nunca chega, precisa lidar com a miséria, com a mulher doente e o luto pela morte do filho. O pequeno povoado em que vive é modorrento, pacato. O coronel é um homem determinado (alguns diriam teimoso) e suporta a espera imposta pela burocracia estatal desumanizante com uma dignidade inabalável. Leia mais...

Dois textos do filósofo Sêneca em formato epistolar. Ambos apresentam conceitos “óbvios”, mas que acabamos esquecendo. O 1º afirma que a vida não é tão breve quanto frequentemente se afirma que ela é. Nós a percebemos como breve porque desperdiçamos muito tempo: É assim que acontece: não recebemos uma vida breve, mas a fazemos; dela não somos carentes, mas pródigos. Tal como amplos e magníficos recursos, quando vêm para um mau detentor, são dissipados num instante, ao passo que, por mais modestos que sejam, se entregues a um bom guardião, crescem pelo uso que se faz deles, assim também a nossa existência é bastante extensa para quem dela bem dispõe. Leia mais...

Uma história da época da colonização contada sob o ponto de vista dos nativos do Brasil e, em menor medida, dos povos escravizados aqui. O personagem principal é Honra, um indígena gerado a partir do estupro de sua mãe por um branco. Uma história de violência, mas narrada com muito lirismo através da “prosa poética” do autor. Precisei ler uns 20% do livro até me acostumar com a linguagem. Inicialmente houve estranhamento. Leia mais...

Um ensaio de uma feminista que, em síntese, defende o direito das mulheres de sentirem raiva dos homens. E isso não é uma coisa indesejável, não é sinônimo de violência. Muitas vezes confundimos raiva e violência, contudo essas duas palavras não aparecem sempre em par. A raiva de sermos tratadas como inferiores não é comparável com a violência que os homens nos humilham, nos violam e nos matam, nem mesmo com a a violência dos homens que nos ignoram, nos viram as costas e riem da nossa cara. Leia mais...